quinta-feira, 2 de maio de 2013

O PERDÃO


De acordo com Martha Medeiros, “o tempo perdoa tudo”, a mesma cita que se até mesmo o assassino aos olhos da Justiça, recebem o perdão que vem quando o delito cometido prescreve, porque os nossos erros ou dos demais ao nosso redor não o podem também?´
Ao longo de nossas vidas, vamos guardando uma série de sentimentos como mágoa, rancor, ódio, são os pais, que são diferentes do que você esperava que fossem, o amigo de escola que lhe deferiu alguma ofensa a qual você julgou sendo a mais terrível da todas, e a ele nunca mais se direcionou.
Porém você não poderá passar vinte anos de sua vida delegando a culpa a seus pais por seus erros, errar é a coisa mais comum nas pessoas, as consideradas como humanas é claro, são com os erros que aprendemos, são com as decepções que crescemos e são com sentimentos como perdão que evoluímos.
Teologicamente falando não há passagem bíblica mais especifica sobre o perdão que o Filho Pródigo, certo, o amor de um pai e uma mãe por aquele que deles veio é maior que tudo, o amor sempre perdoa tudo, não é egoísta, não é mesquinho.
Em Mateus 18, 21 – 22, Pedro questiona: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?, então lhe respondeu Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.
O perdão mais puro e sincero pode ser notado a partir da vinda de Jesus a este mundo, quando crucificado, machucado, maltratado, ele perdoa os que lhe feriram, perdoa o bandido crucificado a seu lado, então se Ele foi capaz de perdoar seus algozes, por que nós meros mortais, precisamos carregar esse sentimento pesado, ruim, esse rancor, que causa cada vez mais mágoa e tristeza em nossos corações?
Isso é algo que às vezes leva certo tempo, lembro de uma passagem em minha vida, onde uma amiga a qual considerava e hoje novamente considero alguém de meu próprio sangue, me feriu profundamente, traiu minha confiança, traiu minha amizade, eu em minha pequenez, fiz algo que fazia e até pouquíssimo tempo atrás...”matei ela em vida”, este processo em mim funciona como se a pessoa nunca tivesse passado pela minha vida, é difícil e leva algum tempo, mas me protegia de sentir o ressentimento do que havia ocorrido.
Mas, isso não seria uma fuga?, ao invés de resolver o problema, eu fugia dele, até que um belo dia, 2 anos depois, recebi dela um email, no qual ela me pedia desculpas, que a perdoa-se, que sentia muito a minha falta, entre outras coisas.
A respondi de imediato, dizendo que o perdão de meu coração ela já havia recebido há muito tempo, e que eu ninguém era para julgar suas falhas, pois quão falha eu também sou? Quantas falhas eu já não cometi? Em meus erros eu aprendo, cresço e amadureço, e não há nada de anormal nisso...sejamos humanos, erremos, nos perdoemos e cresçamos com isso...
Lendo um artigo certo dia sobre as ostras e suas pérolas, fiquei muito impressionada, e um pouco me identifiquei com aquela ostra, o mesmo mostrava uma ostra, repleta de lindas e maravilhosas pérolas, e explicava, que cada pérola daquela era um processo de cicatrização da ostra, toda vez que a mesma é agredida, ou mesmo entra em seu interior areia ou qualquer tipo de impurezas, ou que seja algo que a machuque, ela entra num processo de cicatrização, suas defesas isolam o que lhe causa mal, formando aquelas pérolas.
Quem de nós não possui pérolas em seus interiores? Quem de nós não passou por processos de cicatrizações, onde tentamos isolar o que nos causa mal? Se a natureza é capaz de formar tais preciosidades a partir do sofrimento daquele ser vivo, o que em nós não pode ser feito?
Tentemos mudar nossos conceitos, ao invés de nos fecharmos a cada coisa que acontecer de errado, a cada mágoa, deveríamos tentar nos abrir, abrir para desculpar, abrir para perdoar, abrir para amar, não é porque não deu certo uma, duas ou três vezes que nunca vai dar, e não é porque não foi no primeiro instante, ou a primeira vista que aquela pessoa não lhe fará feliz que nunca o fará, talvez ela não seja o que você sonhou, mas talvez possa te ensinar algo, todos temos algo para ensinar.
Mahatma Gandhi, em toda sua sabedoria disse: “O Fraco jamais perdoa, o perdão é uma das característica dos Fortes”, sejamos fortes, deixemos para trás o orgulho, a mesquinhez, o egoísmo, sejamos maiores que isso, o tempo nos faz aprender, é para isso que ele serve, Perdoemos então.
Perdoemos as nossas próprias falhas, aquelas que por vezes nos consomem, e nos tiram o sono, a paz e a tranqüilidade;
Perdoemos nosso próximo, tendo ele nos magoado, maltratado, destratado, esquecido, independente do que nos magoou, causou ressentimentos ou rancor, perdoemos ele, ele não precisa sequer saber, ou talvez você queira contar, se quiser, conte...ou não conte...só perdoe, não precisa levar dois anos, nem dois meses, o tempo depende de cada um, mas independente dele...Perdoe seu irmão.
Pare de ser vítima de suas próprias situações e escolhas, o que você vive é o que escolheu viver, a solidão é você que lhe impõe, você que deve fazer suas escolhas, e independente de seus resultados, seja forte, não se torne vítima dos acontecimentos fatídicos que lhe ocorrem no dia-a-dia, eles vem para lhe fortalecer, são provas, enfrente suas provas, diga a elas, que você é maior, que vai vencer, alguns independem da Fé para isso, não precisam crer, vêem em si próprios tudo que é necessário, outros, precisam da Fé, sem ela, estão perdidos, precisam crer que Deus esta no controle e que lhes carrega no colo quando precisam, eu prefiro acreditar nisso, e que cada obstáculo que ele por em minha vida é para meu crescimento como ser humano, e espiritualmente falando.
Então perdoe...você não vai mudar a pessoa a quem está perdoando, ela só irá mudar quando assim quiser, nem vai mudar seu posicionamento a seu respeito, mas você estará tranqüilo, seu coração estará tranqüilo, se lhe causou uma cicatriz, que bom...parabéns, você ganhou uma nova pérola em sua vida, sinal que venceu mais uma etapa difícil de sua vida, e pode seguir...

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